quinta-feira, 10 de setembro de 2009

A Nossa Amada.

Gritem. Vamos. Gritem bem alto para que todos possam ouvir. Não. Não quero que sussurrem. Quero que vocês gritem: "Este homem é louco, se apaixonou por uma imagem!". Porque vocês não gritam? Têm medo de se tornarem loucos, tão loucos quanto eu?
Para quem não está entendendo essa discussão que agora está quase no fim, vou ser redundante e começar pelo início, e começo com o sóbrio "era uma vez...". E era uma vez, eu. Sim eu mesmo. Tão breve que tropeçava em minhas próprias palavras e tão míope que não enxergava a minha própria ignorância, que resolvi passear por este mundo virtual. E foi nesse mundo que a encontrei. Estática. Suavemente estática. Uma simples imagem colorida.
E eu, em minha inocência desvairada, deixei meu coração aberto para que a imagem pudesse entrar e assim senti as batidas de alguém calado, sempre com a mesma expressão. Sempre com o mesmo batom vermelho. Sempre com as mesmas unhas vermelhas.
Se ao menos pudesse te colocar em um quadro, você decoraria o ambiente e, então, eu saberia que tudo não passava de algo tão "Salvador Dali". O que me deixaria confuso é saber se por dentro eu me tornaria dadaísta ou se por fora eu seria surrealista. Magritte se puderes perdoar também minha ignorância.
Minha imagem. Cheia de pinturas em sua pintura. Em cada movimento estático um novo quadro se revela. Minha imagem, és o próprio "Musée du Louvre" e todos os movimentos artísticos repousam em ti. E você não sabe, mas enquanto aqui falo de ti, lá em baixo, por todo reino, os meus amigos me chamam de louco. Não chamam, sussurram. Mas é porque nunca viram você. Essa imagem velada de palavras, mas repleta de signos.
Sou louco, concordo com eles. Mas não sussurro. Com os dedos sujos de tinta, continuo a escrever e minha paixão se tornará pública. Mas tenho medo. Tenho medo que um dia eu venha a te conhecer e descobrir que te amava mais quando ainda eras essa simples imagem.
Por hoje, tua imagem.

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