sábado, 19 de junho de 2010

Dia do Eu Perdi

Hoje foi um dia especial e por ser especial eu decedi chamá-lo como o "Dia do Eu Perdi". Este é um dia particular do meu mundo, e não tem uma data específica. Sua única limitação é que ele nunca poderá existir no mesmo dia do "Dia do Eu Ganhei".
E o Dia do Eu Perdi já inicia uma noite anterior. Quando você tem algo planejado. Um planejamento real. Estar com você gosta. Rir a vontade. Sonhar com coisas boas. Ir trabalhar esperando o fim do dia chegar para tomar duas cervejas geladas e ir para casa tirar o cansaço do corpo. E ai está o erro. Não, o erro não está em tirar o cansaço do corpo. O erro está em acreditar que o dia posterior a esse planejamento, tudo sairá como se arquitetou.
E então eu acordei. Tomei café da manhã. Pão com leite condensado e nata. O café da manhã foi doce em um dia que eu gostaria de que fosse doce. E então eu saio para trabalhar. Ao chegar lá, minha primeira perda. Perdi em algum lugar a informação que dizia que na verdade eu deveria estar em outro lugar. Nada de tão ruim em perder isso, mas deveria ter voltado para cama.
A manhã, ensoladara, era uma boa manhã. Executava minhas tarefas enquanto eu perdia minha energia. Minhas mãos tremiam. Não estava mais acostumado a trabalhar no pesado. Havia perdido minha resistência. Mas o almoço estava chegando e eu já havia perdido alguns minutos dele. Fui voando para casa para lá chegar e saber que na verdade eu havia perdido meu lar.
A casa estava lá, minha família estava lá. Mas nem um nem outro estava satisfeito com a minha chegada. E foi assim que eu perdi minha casa. Colocado para fora sem entender o porque. Sem saber o que eu fiz de tão ruim para merecer não mais viver sobre o mesmo teto. Mas eu ainda tinha uma carta na manga, ou duas.
Abasteci o carro e comprei uns salgados e um refrigerante. Fui até o farol e lá fiquei degustando da minha perda. Só de pensar nos salgados meu estomago embrulha, mas a fome era tanta que eu devia comer aquilo. Assim, perdi a fome. Assim voltei para o trabalho.
Tudo exatamente como foi pela manhã. Ou quase tudo. Meu sorriso era forçado, meus olhos estavam mareados. Minhas mãos iam se sujando sem querer saber onde iria ser lavada. O fim do dia chegou. Todos os outros foram embora e eu sem ter para onde ir. Alias, eu tinha para onde ir, mas não poderia chegar sujo.
Fui até um posto de gasolina. Desses de beira de estrada. Disse que eu estava de viagem e se poderia pegar uma ducha rápida. Não havia perdido a sorte. Ainda. No meu carro sempre existe sabonete, toalha, escova de dentes e creme dental. Teria que ser um banho rápido. E assim foi.
E assim eu fui para a casa dela. Poderia dormir lá. Pelo menos essa noite. Cheguei de surpresa. Porque eu adoro surpreender. Já haviamos combinado durante a semana que dormiria lá. Então, a surpresa foi só a minha chegada em um horário não estabelecido. Fomos fazer um lanche. E eu, falando das minhas manias, na visão dela, deixei de ser homem. E eu, nas minhas brincadeiras, perdi mais uma vez. Lembra que eu não havia perdido a sorte ainda? Pois, a menos de trinta minutos acabei perdendo minha sorte também.
A moça saiu andando, sem dizer uma só palavra. Minhas brincadeiras machucam? Nem tanto. A vontade de não estar comigo deve ser maior? Nem tanto.
Então procurei uma lan house para escrever minha história. A história do meu "Dia do Eu Perdi". Perdi dois reais escrevendo. Perdi até o meu jeito de escrever. Essa história está um lixo. Esta pobre e sem qualquer nexo.
Afinal, no "Dia do Eu Perdi" eu perdi a paciência.
E vou dormir sob um teto de estrelas...

Obrigado a todos!