terça-feira, 12 de abril de 2011

Tudo sobre nada

Você me pediu para escrever sobre nada, mas não sobre qualquer nada. Sobre esse nada que acontece todos os dias e sempre com pessoas diferentes. O nada mitico, antropológico e ontogenético. Um nada que de tão nada, tem dias que é muito. Há dias que sufoca, que entristece, que te faz gritar de alegria.
E não tenho nada de novidades para te contar. No fim de semana fiquem sem fazer nada, até tentei, mas nada mesmo pouco conseguir fazer. Fiquei confuso, pois ao fazer nada, tudo estava acontecendo tão rápido, na velocidade da luz. E o dia foi se passando e nada de nada aconteceu.
A noite veio e fiquei olhando o nada do céu estrelado. Aquela coisa escura que contorna os pontos brilhantes. Já ouvi falar que é nada aquilo lá, mas nada mesmo não deve ser. Nada contra, muito menos nada a favor. Apenas não acenderam a luz naquele nada e nada adianta acender, pois nada é muita coisa nos olhos de quem nada entende.
E de nada entender um vazio gigante cresceu no meu peito e nada poderia completá-lo. Fui ao médico e ele disse que não era nada. Nada grave, nada com que se preocupar. Mas me preocupo com nada e fui perguntar ao especialista no assunto, afinal quem mais entende de nada é quem faz natação. Nada ridiculo pensar assim, pois nada adianta ser adulto se deixamos para trás aquela criança que nada se importava com o futuro da nação e não sabia que por isso estava construindo um futuro fabuloso onde nada pode ser mudado se todos nada quiserem.
O rapaz da natação apenas sorriu e disse que nada adianta falar sobre isso.
E quer saber? Nada tem sentido nesse texto, se leu é porque nada tem a fazer. Se não leu nada pode reclamar. O nada é importante, quer queira quer não. E você nada pode fazer a respeito disso!
Tenho dito!
O quê!?
Nada, nada!

____

Texto solicitado para Naiara Dognini, apenas porque ela não queria nada de texto!