terça-feira, 22 de setembro de 2009

Matou

Sentada na solidão de um quarto fechado ela cortava os cabelos negros lentamente. Havia decidido deixar para trás as marcas de um passado turbulento e sentir os novos ares do futuro. Então ali estava, com o corpo branco e nu sentada no chão frio do seu quarto.
Os lápis preto escorrendo pelo rosto, devido a chuva que caía forte lá fora, dava um contraste quase de cadáver a ela. Os lábios sem qualquer traço de batom estavam roxos de frio. A respiração estava pesada. Não queria pensar no que poderia acontecer, se o que havia feito era algo lovável de comemorações. O que sabia era que o futuro havia batido a porta.
De repente um estrondo de raios e trovões tremeu os vidros do quarto. Repousou a tesoura ao seu lado e se ergueu. Olhou-se no espelho quebrado, sentiu-se atraente. Os mamilos rosados. O ombro com rosas vermelhas tatuadas. Deu a si própria um sorriso com um leve ar de erotismo. Estava preparada.
Ela matou a Morte e foi obrigada a tomar o seu lugar. Pegou seu instrumento de trabalho. Colocou sua meia arrastão 3/4. Pôs o seu vestido negro. E desapareceu prometendo que um dia ela aparece para você.

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