quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Segure o tempo. Volto já!

     Fechei os olhos e tentei tatear o tempo.
     Por alguns segundos, pensei ter conseguido agarrar um ou dois minutos.
     De fato, era apenas mosquitos.
     Fiquei ali, de olhos fechados, tateando o vazio. Tentando segurar o tempo, agarrá-lo sutilmente. Fiquei nessa dança de corpo estático e braços e mãos agitadas por horas. Em uma conta mental: 06 horas.
     Abri os olhos e tudo estava igual.
     Dormi.
     Acordei.
     Lavei o rosto e fechei os olhos novamente.
     Tempo, como segurá-lo?
     Foram dias. Sem conseguir um milésimo.
     Semanas.
     Meses.
     Anos.
     Em vão. Nada de agarrar o tempo. De segurá-lo. De tê-lo em minhas mão.
     Não acreditei que era impossível. O vento me sussurrou, pelos seus séculos de experiência. Mas minha imaturidade me fez surdo.
     Segurar o tempo é impossível.
     Mas não foi perder tempo.
     Quem perdeu tempo foi você, que ficou preso nesse texto.
     Até o fim.

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