Fechei os olhos e tentei tatear o tempo.
Por alguns segundos, pensei ter conseguido agarrar um ou dois minutos.
De fato, era apenas mosquitos.
Fiquei ali, de olhos fechados, tateando o vazio. Tentando segurar o tempo, agarrá-lo sutilmente. Fiquei nessa dança de corpo estático e braços e mãos agitadas por horas. Em uma conta mental: 06 horas.
Abri os olhos e tudo estava igual.
Dormi.
Acordei.
Lavei o rosto e fechei os olhos novamente.
Tempo, como segurá-lo?
Foram dias. Sem conseguir um milésimo.
Semanas.
Meses.
Anos.
Em vão. Nada de agarrar o tempo. De segurá-lo. De tê-lo em minhas mão.
Não acreditei que era impossível. O vento me sussurrou, pelos seus séculos de experiência. Mas minha imaturidade me fez surdo.
Segurar o tempo é impossível.
Mas não foi perder tempo.
Quem perdeu tempo foi você, que ficou preso nesse texto.
Até o fim.
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